Rio São João: A exuberância da natureza atacada pela fúria dos oportunistas. A maioria da população do norte do estado do Rio de Janeiro, principalmente a Região dos Lagos, sabe ou ouviu falar da existência do rio que talvez seja o mais importante do estado: o Rio São João, que deságua no mar na cidade de Barra de São João, no limite entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu. Todo mundo também sabe da importância de preservá-lo, com exceção dos gananciosos que levam suas pastagens até a beira d'água. Será mesmo que é total ignorância, certeza da impunidade ou o uso da influência nos gabinetes daqueles que deveriam punir, mas não aplicam a lei em relação a alguns empresários influentes. Às vezes até fazem o inverso, punem quem denuncia? Aliás, este filme nós estamos cansados de assistir. Estes espertalhões, sempre cercados de dezenas de advogados que frequentam a nata do Poder Judiciário no Estado, também não podem alegar o desconhecimento da Lei, nem dizer que não sabem o que é mata ciliar. Só para rememorar aos desavisados Mata Ciliar é a designação dada à vegetação que ocorre nas margens de rios e mananciais. O termo refere-se ao fato de que ela pode ser tomada como uma espécie de "cílio", que protege os cursos de água do assoreamento. É considerada pelo Código Florestal Federal como "área de preservação permanente", com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente. Se o código florestal for realmente alterado pelo congresso correremos sério risco. Esta imagem do Rio São João será um espelho do futuro que poderá ser o Pantanal e a Amazônia. Estamos na época de campanhas políticas, onde a reeleição e os valiosíssimos mandatos dos parlamentares são colocados acima dos interesses das gerações futuras. O que importa para a maioria dessa galera é o poder da caneta, sem nenhum constrangimento. Não estão nem aí para o dano que poderão causar na continuidade da vida. Conhecemos o perigo de perto com as mineradoras da nossa região. Eles apareciam com licenças para minerar expedidas pela maioria dos órgãos ambientais, que as haviam concedido sem ao menos saber o local, não se importando com o crime. Bastava o pedido de políticos influentes ou pistolões que imediatamente seriam atendidos. Mas o estrago ficou para trás. Nenhuma das mineradoras cumpriu com a obrigação de recuperar a área degradada, sobrou apenas um deserto com as lagoas de água salobra e fétida. No interesse de dar o golpe perfeito e ludibriar os desavisados, alguns desses degradadores da natureza ainda têm a audácia de inventar um jornaleco marrom, coordenado por pessoas "idôneas" que nada tem a perder de imagem e moral. Em nenhum momento esta gentinha fez alguma coisa em prol da sociedade, tanto na cultura como no social e meio ambiente. Os coordenadores dessa tramóia pensam que fazendo uso deste lixo político estão nos amedrontando ou nos impedindo de denunciar as falcatruas e seus crimes ambientais. Realmente não sabem o que é ser um ambientalista: a gente não desiste nunca e a cada obstáculo nos tornamos mais fortes. Buscam suas matérias em cima de fiscais que já foram presos por ilegalidade e corrupção, e tentam levar à sociedade uma justificativa para a devastação ambiental, fazendo panfletagem política no que chamam de jornal. Aliás, é um lixo moral que vem da indústria do lixo. Os nossos trabalhos ambientais, de quase 40 anos na região, as pessoas inteligentes e sérias conhecem e sabem valorizar. E assim continuaremos.
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domingo, 11 de março de 2012
Rio São João: A exuberância da natureza atacada pela fúria dos oportunistas.
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